14 de nov. de 2012

Lei do Silêncio

No meu templo
Sempre é tempo
De ser mudo,
Ao orar
Sem dizer nada
Diz-se tudo;

No meu templo
Sempre é tempo
De sorrir,
O meu Deus
É o único modo
De servir;

No meu templo
Sempre há tempo
Para abraços,
Encaixar fé
Encaixar amor
Entre os espaços;

No meu templo
Sempre é tempo
De silenciar,
É com os olhos
Que se exalta
O verbo amar;

No meu tempo
Todo templo
Infelizmente,
Fala muito
Ama pouco
E ainda mente.

[e o fiel
a lamentar
inconformado,
tem o direito
de ficar
calado.]



Thuan B. Carvalho

5 comentários:

  1. Vou dormir feliz por sua causa, me colocou um sorriso no rosto :)

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  2. Olá Thuan, muito irreverente, gostei mesmo!
    Beijinhos de Luz!
    Ana Maria

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Esse cantarolar, tão pessoal, é amar das palavras que possuem toda uma infinitude consigo; cantos pelos quais passamos inexatos, inconstantes e, por fim, em paz. Amores e calmarias são complementares das consequências, provenientes desses perscrutares que executamos, em silêncio, quando a compreensão chega pela porta de casa. Senti-me num templo de brisas, com um sol quase que cristalino e cintilante, tocando em minha pele, ao lê-lo. Que felicidade poder estar em paz, em um cubículo de canto - e conto! -, e poder berrar sem ser ouvido; poder dizer estando apenas consigo. Claridades que são luzes puras de sofredor, lutador de vida e ser humano, daquelas que emanam vibrações ao mundo, e energizam até a solitude do monge que necessita meditar.


    Gostei demasiadamente do apaziguamento final e, principalmente, ao decorrer do texto, dos inúmeros toques carnais e espirituais.
    Quanta leveza!

    Segui, Thuan!

    Abraços.

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