14 de fev. de 2012

Verso do Só ___________________________ quando juntos as palavras são ações



Quão me atinge ser de longe
De teu suspiro violento
Me endoideço - feito monge
N’oração que, intensa, range
O altar do pensamento

Que infortúnio é a distância
Ao criar esse tabu
Me permanece na ânsia
De me perder na fragrância
Que envolve teu corpo nu

Até o aperto de teus dedos
Que na madrugada praticas
me tomam; Que mãos de rochedos!
A saudade me despe os segredos
O corvo da ausência me bica

Quem me dera teu tenro calor
Transformando saudade em ardor
E o tempo do “só” derretido


Para enfim preencher a noite, amor,
- estarrecido
Com o eterno silêncio de teu gemido








Thuan Bigonha de Carvalho

1 de fev. de 2012

Obaké



O horizonte de meus anseios já não põe o Sol
O céu se estatiza num inebriante furta-cor
As ondas se ajoelham perante a magistral
Eloqüência do amor

O ar falta a si de tão denso
Às sombras não existe saída
A areia que trás os teus pés
É a areia da vida

Os seres, arfantes, proclamam
Imóveis em suas pegadas
Com vozes suaves, que cantam
Boleros das Terras Sagradas

O caminho em ti é tão claro
Teus mares, teu corpo e tuas cores
Que cedo me sonho em teus laços
A morrer de amores

E essa tensão que afaga e conduz
É a expressão mais clara e sincera
De que vieste, ao longo das eras
a banhar-me em luz






Thuan B. Carvalho