7 de dez. de 2011

Deserto Amarelo



Sou de ti o mais novo escravo
Tocaste-me na mais plena imensidão
É em tua pura carne que me lavo
Dela própria, a eterna perdição

Sois em mim o certo e o errado
Tens em posse nobre coração
E eu, a ele atrelado
Sou prova do amor tão sagrado
Que explode a cada geração

E assim, pássaro ferido
Sem ti me comparo a uma trema
Me encontro deveras perdido
Só tu me desperta o sentido
És indescritível poema

E essa sede, quão desmedida
De poder-te sempre um pouco mais
Toca fundo a latente ferida
Que de partes já não se satisfaz

Ao mirar-te de relance já não creio
És miragem, utopia, devaneio
Pois que a imagem, tão funesta, da partida
Alimenta terrivelmente meu receio

E me pego então a questionar
Inda n’ânsia silente do deserto
Qual a cor de tão intenso verbo amar?
Como tê-lo de ausente tão concreto?



Eterno, imenso e belo:
O amor é um deserto
amarelo.




"e dele deserta,
quem, cego, na certa
não entende que AMAR
é um ELO..."




Thuan B. Carvalho


; assim como era no princípio, agora e sempre.