15 de jan. de 2013

Ode às Borboletas [do estômago]


Hoje é o famoso dia da desconstrução
em que as certezas todas de um coração
serão fragmentos de uma nova era,
Hoje os olhos falarão muito mais alto
e do contato, surgirá num salto
aprisionada e vil a estonteante fera;

Que engolirá você de dentro pra fora
e lancinada, ao se preocupar com a hora
vai perceber que estamos no mesmo segundo,
Que tocará com garras sutis sua alma
e no momento em que estiver mais calma
será o caos em todo o resto do mundo;

Levantarão vôo todas as borboletas
as coloridas, as brancas e as pretas
criando um céu jamais outrora visto,
E as árvores também se levantando
não se ouvirá, mas estarão cantando
a uma só voz em homenagem ao imprevisto;

E toda essa algazarra ao silenciar
(porque o silêncio é o fim de todo esse cantar)
vai lhe mostrar - tão clara - a voz que falta;
O caos, de tão intenso, era interno
a voz que falta está num beijo terno
e noutra boca há de cantar mais alta.



Thuan B. Carvalho

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