18 de jun. de 2010

Rima e Solidão



Na maioria das vezes não é escolha

Nem se trata simplesmente de opção

A poesia surge do nada - feito bolha

Que se sopra daquela “água com sabão”

E dali para frente pronto: é poeta

Com os conhecidos ônus da profissão

Incluindo o principal, que acarreta

A proximidade entre aquele e a solidão



Resta somente aprender a separar

E se apossar da solidão na hora certa

Naquela máxima de “dividir pra conquistar”

Sendo hora sol, hora lua, hora mar

Sem deixar a pobre alma inquieta



É aqui que me procuro e não me acho

E confesso até que às vezes choro baixo

Na ânsia trôpega de conseguir me rotular

Pois se o poeta é - fêmea e macho - união

Entre a vazia madrugada e a solidão

Como é que eu poderia me encontrar?



E esse medo de permanecer indefinido

Cogitando poeta nunca eu ter sido

Fez-me caçar o meu lugar a existir

E após breves delongas, o consentimento

Sou “meio-poeta”, e eis aqui o fundamento -

Tenho as palavras mas não tenho O sentimento.




- Thuan B. Carvalho

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