Esse senhor que não vê minha pressa
Como pode lentidão como essa
Ante a vida que ruge entre nós?
Tento então, ágil, me esquivar
Mas meu caminho ele torna a fechar
Num gingado tal qual valsa a sós.
Vejo assim, como única opção
Dessa minha enorme pressa abrir mão
E a passos lentos fico a observá-lo;
E quando estou acompanhando seu ritmo
Sinto algo se alterando em meu íntimo
De modo que abismado eu me calo.
O sol incide em seus brancos cabelos
O impacto ouriça-me os pêlos
A realidade me fura como espinho;
E ao mirar a sombra daquela imagem
Ainda não sei se concreta ou miragem
Reparo que o senhor não vai sozinho.
O tempo vai caminhando consigo
Ele até o chama de amigo
Afinal, quanta intimidade!
E o chão TOCTOCando a bengala
Lento como o bocejo que se exala
Enquanto Paulo Paulatinava a cidade.
Thuan B. de Carvalho
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