Seguiu imponente percorrendo os trilhos
Na velocidade que o corpo suportava
Ungido da fé que umedecia os cílios
Atrás, bem atrás é que o orgulho ficava
De repente, faminta, por entre os ladrilhos; uma loba feroz os seus dentes mostrava; apenas defendia o território e os filhos; e por isso, só por isso é que ela rosnava. Girou nos calcanhares, esperto menino; e se embrenhou naquela mata densa; evitou que a loba lhe cravasse o canino; mas não evitou que ao fracasso sua busca fosse propensa.
E desembestou, comum desatino
A batida do coração parecendo mais tensa
Se aproximou do vilarejo pequenino
O nó na garganta denunciando sua presença
Então ele a viu, brilho matutino; desceu-lhe ao estômago a sensação mais intensa; sua voz lhe estrondava com a sutileza de um sino; ela era nele a personificação da doença. Tentou se esconder, mas fora em vão; seus olhos se encontraram com a força da dor; então ela veio em sua direção; nos olhos inda as mágoas de certo rancor.
Ele só queria uma explicação
Ela fora embora antes de o sol se pôr
Ela explicava que em seu coração
Brotava a semente de um novo amor
Ele não se conformava, cega paixão; perdera na hora todo o seu pudor; usou as palavras de baixo calão; transformou em ódio todo o seu calor. E ela chorou o mais triste pranto; choro da ave que abandona o ninho; mas não abandona porque tem outro canto; e sim porque sente da flor um espinho.
(...)
Voltou atordoado, cambaleando tonto
A mente tentando refazer o caminho
E dentro o coração, que outro queria tanto
Encabulado por voltar sozinho
Thuan B. Carvalho
6 de abr. de 2010
Des Encontro
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário