Quando ela me vem, alva
meatropelameafoba e seduz,
Me tira da solidão, me salva
e caminha de volta para a luz.
Vem tão branca que a Lua se ouriça
ao ver concorrente à altura
Então ela, ávida, se espreguiça
mas não consegue atingir tal candura.
E se ela aparece amarela
contra a sombra da minha janela
nem assim o medo me desperta.
Pois qualquer cor pode ser a cor dela
camaleão que fugiu d’uma tela
e me espia da cortina entreaberta.
E se negra ela vem, ao crepúsculo
dou-lhe astros e estrelas-cadentes
O estupor me retesa o músculo
e as noites se fazem mais quentes
E tão bem ela se porta de céu
que, intrigado, fico a pensar:
Seria o detalhe negro do chapéu
sua pele a se prolongar?
N’outro instante ela gira e é morena
caminhando ao chacoalhar da melena
pele jambo de sol e de sal
E na minha direção vem, serena
estendendo sua mão tão pequena
um segundo de eterno carnaval.
Thuan B. Carvalho
Nada me deixa muda,
ResponderExcluirnada me faz parar.
Só a rima certa,
a estrofe perfeita.
Ou o seu olhar.